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Um último fio de luz engolfa meus olhos
Atravesso em silêncio o túnel temido
Nunca tive tanta coragem na vida
Tanta pressa para que um verso termine
Há um barbante que vai demarcando o caminho
Um grande espelho – um anjo vestido de linho
Mas eu não o vejo – eu apenas sei, eu apenas
sinto
Não faço uma última prece para nenhum santo
Deixo fragmentos de mim por todos os cantos
Porém, nenhuma carta, bilhete ou coisa que o
valha
Deixo uma pipa amarrada na calha – (eu adoro
as pipas)...
Tantos avisos deixei – hoje eu sei quando
ouço minha própria voz
Sou meu poeta preferido, meu destempero, meu
algoz
Aquele que no último adeus ainda escreve
Verso pouco, pequeno, verso breve
Verso pálido, embranquecido, versos tolos,
versos meus
Cantilena floreada no coro uníssono de um adeus!
... Um último fio de luz engolfa meus olhos
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Radyr Gonçalves
Copyright 2017
Radyr Gonçalves
Copyright 2017
12 de maio de 2017
Em Natal, Rio Grande do Norte
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