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Da minha varanda
Ouço a voz/fantasma de Carmen Miranda
Leio Paulo Miranda
Em meio à ciranda de informações sobre
a guerra
Lá fora
Os homens da infantaria mecanizada
recitam um verso de morte
A Síria sepulta Damasco
Trump transa com a secretária
Enquanto Kim Jung-um devora o Budae
jjigae
Como se devorasse cada homem além da
fronteira
Cá comigo, no giro mundo do meu umbigo
Estudo teorias do fim do mundo
A invasão dos Alíens
As sete pragas
A fúria da besta
A briga dos bestas
Pelos ratos do Planalto
No asfalto mais um corpo jogado
Crianças devoradas pela baleia azul
choram presas nas grades do umbral
No quintal nenhum fruto
O homem mal
O bicho bruto
O rezar apressado para não suicidar-se
quando a noite cair
O sair do beco sem saída
A descida, a subida, a gangorra
Resta-nos ponderar
Debruço-me sobre os enigmas poéticos
E espero os desfechos proféticos
Desse tempo com cara de fim...
(Mas dizem que sempre foi assim).
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