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(Natal, 2013)
“A saudade é uma flor remanescente”
... Quando Shirley partiu
Era um abril como esse abril vigente
Um tempo vermelho – mitopoéico
Enchia a fotografia da cena de eternidades
Chorei no silêncio vespertino da
despedida
Nossos lábios nada diziam
Nossas almas tudo expressavam
... Quando Shirley partiu choveu fininho
Embaçando os vitrais dos nossos olhos
Prometemos algo dentro de um abraço
demorado
Aliançamos esperanças
Deitamos sementes silenciosas de futuro
No escuro do nosso medo tecemos um sol no
pavio nervoso de uma vela
Engoli o choro quando a noite beijou
nossa face
O relógio quebrou enfim a linha do tempo
Nossas mãos despedaçadas desalinharam-se
Sem olhar para trás – partiu na nave de
uma paz fora do tom
Deixou seu perfume
Seus laços, batom
Na minha velha camisa branca
Sagrada
Desde aquele dia quando ela seguiu
estrada...
-
Radyr Gonçalves
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