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Eu deixei um amor na moldura de uma tarde
Era um amor que amava feio
Um amor que veio
Como uma salamandra cor de fogo
Cheia de cio
Regada no sol
Dosada no sal
Não fazia bem nem mal
Era um amor comum – como um amor comum qualquer
Desses que certamente passará
Como o trem das cinco que sempre passa assombrando
meu sono
Eu deixei um amor numa boquinha de noite
Era um amor sem aquela coisa ácida
Sem aquela coisa que corta
Um amor macerado nas mãos da insegurança
Na dança sombria das cordas do ciúme
Um amor opaco
Sem asas, sem lume
Sem aquela coisa perturbadora
Que dilacera a alma
Quando sopra frio o vento da partida...
-
Radyr Gonçalves
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