- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
...
Vamos entrar novembro
Soltar
os macacos presos na alma
Migrar,
singrar, sangrar
Verter
poesia – pois não há muita esperança de outra coisa
Mas
a poesia basta!
Não
há mais nada para se profetizar
O
templo de São Bento caiu
A
esquerda caiu
O
muro da velha casa
Uma
estrela cadente – por acidente – caiu...
Vamos
silenciar – chega de rezas!
Vamos
observar... Cientificar a coisa
Deixar
o claudicar dos pensamentos no vazio
No
amargo veneno das intempéries
Deixar
que a cura venha por si só...
São
muitas ideologias e poucas respostas
Filósofos
marqueteiros que abrem o berreiro
E
falam como papagaios cheios de razões
Teólogos
enlouquecidos e suas canções
Muito
barulho para poucas festas
Ninguém
ainda marcou nossas testas
Ainda
dar tempo de ponderar no silêncio...
Deixar
a voz insana da retórica velha tartamudear no vácuo...
Vamos
sepultar outubro... Não se deve gastar flores com defunto ruim
Estou
pessimistas – um pessimista pensa de forma imparcial
Depois
quem sabe uma esperança –
Um
rumo de vida
A
justiça, a balança
O
festejo, a fé, a dança...
Quem
sabe depois...
-
Radyr Gonçalves
Em Natal, 01 de novembro de 2016
Copyright 2016
Todos os direitos reservados