COMISERAÇÃO NOTURNA - RADYR GONÇALVES

Hermético apocalipse da nudez



O ilícito fundamental
A violência da rosa vermelha
A fúria do giz – a agonia da caneta
A incitação da folha de sulfite seca
Subindo pelas paredes
Como uma lagartixa atormentada...

A fissura sentimental
A incongruência descolorida – sépia
A palavra no chão – o gemido no travesseiro
A inquietação da tinta zombando de um verbo
Um bicho nada plural
Mostrando aquilo singular
Como uma bandeira hasteada em um campo vitorioso...

E uma femme fatale
Notadamente nua
Deitada no gramado de uma praça
Invisível diante de tantos olhos

Ofuscados com tanta luz...

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Radyr Gonçalves
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