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O meu sorriso é um engodo
A minha tristeza engorda a noite
Só eu sei de mim e de um passarinho solitário que vez por
outra visita minha janela
Eu sei de cactos, cruzes, espinhos
Da dor da mão machucada
Do perigo da velha estrada
Da vontade louca de evaporar
O meu cantar é um disfarce
A minha dança é a dança da insensatez numa curva
Só eu sei do fogo apagado
Do Hades que teima nos meus olhos
Eu sei de sangue, solidão, angústia
Dos calos dos meus pés pós-guerra
Do risco que encena a noite
Da morte que a tudo encerra