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Há uma comoção momentânea
Uma dor matemática
Que faz doer o estômago
A margem direita do umbigo
O coração do olho míope
O mundo queima
Não há outro tema
Mais profícuo que o mundo em chamas
Para encher o corpo de um poema
São muitas cenas
Dolorosas
Aguilhoadas por um diabo qualquer
Que sangra o corpo do quadro vivo
Que arranca o peito do morto livro
Que avisava da destruição presente
O homem insensível
Não enxerga o incrível fato
Da existência do capítulo final
Não nota as peripécias da morte
Dando cambalhotas no quintal...
Há uma dor estampada em cada rosto
Mas ninguém parece perceber.
-
Radyr Gonçalves