- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
Esse indescritível comichão que nos
faz escrever
É dom? Praga?
Crédito ou paga?
Ou tão somente mania...
Diria alguém que é algo místico
Diria outro ser algo rústico – nato
Outro diria que vem do mato
De Vênus, de Japecanga, do Crato
Mas isso não vem de lugar nenhum
Tiras e tiras de celuloides são
imortalizadas todos os dias
Com a avaria da ociosidade impressa
Há quem deseje ser famoso escrevendo
com pressa
(Vai vendo – isso não é pra qualquer
um, nem para quem escreve melhor)
Vender letras é fruto do marketing
Quem escreve não escreve apenas por
escrever
Escreve para se livrar de um peso
Para exorcizar o encosto
Macerar os demônios
Minorar a loucura
Exibir a ferida tatuada no peito
Mostrar aquela coisa sem cura
Diria alguém que isso é vida
Diria eu que isso é prisão
Eco divino
Cisma do Cambrulhão
Dedo da mãe de Pantanha
Assombração, coisa estranha
Comicho da mente na mão...
-
Radyr Gonçalves
© 2016 Todos os direitos reservados