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Decifrar
o destino nas digitais das folhas
Sair
do cerne do tempo, do olho da bolha
Desencantar-se
com os encantos desse tempo
Ser
rebento de chuva, sorte de alguém
Vaguear
em Canaã, meditar em Belém
Beijar
a boca de uma índia no Pará
Conhecer
poesia noturna quando o dia raiar
E
serenar com o sereno na beira do mar
Juntando
espumas de sal e sabão
Fazendo
um balão de conchinhas tão belas
Pintar
o retrato da vida em uma tela
Biografar
o momento cantando o tormento
Beijar
a boca de uma sereia com sentimento
Estudar
o verso e o voo de mil pardais
Arrebentar
as portas – invadir os quintais
Pular
as janelas dos sanatórios
Juntar
as rezas dos oratórios
E
jogar no precipício todo lixo do hospício...
Beijar
a boca de Maria por ofício
E
a boca de Rebeca por amor...
-
Radyr Gonçalves de Araújo
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