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Procuro
poesia em meus pés
Meus pés são
tão feios
E meus
caminhos tão livres
Que invento
pântanos
Eu tenho
passarinhos nos cabelos
Ninhos de
João-de-barro
Eu tenho um
coelho em um chapéu de couro
E mágicas risíveis de tão desastrosas
Sou um
sujeito sem musicalidade
Na vida
Na poesia
Nas vias que
traço
No peito
Nos olhos
No braço
Sou um
sujeito infinitamente sem graça
Minha poesia
é uma galinha caipira
Pedrês, com
dezenas de pintinhos amarelos
Minha poesia
é para não ser poesia
De tão
poesia que não é
É para não
se pensar
Por que
pensar em não pensar
Pode encher
a vida de sentimentos vazios
E o vazio,
às vezes
É de suma
importância...
O vazio às
vezes nos preenche.
-
Radyr
Gonçalves
In A Poesia
Radyrniana