- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
-
Me encolho na cadeira -
Olho
minhas unhas ruídas
A
praga dos dias, o sol escaldante, com pimenta nos raios
Meu
verso olhando de soslaio
Desconfiado
Minha
dor que ninguém sente – Ninguém sente a dor de ninguém –
Meu
capricho oculto
Minha
falta de culto
Universo
sem pauta
Minha
escolta de letras
-
Me estico na cadeira -
Minha
dor ciática
Minha
miopia deixando as imagens com um aspecto macio
A
maciez das minhas mãos calejadas de sofrimento
Aquele
sofrimento mudo
Que
a gente guarda nas gavetas das retinas
Aquela
dor que não faz chorar
Mas
faz morrer em pequenos pedaços
(Sou
sobra de estrela)
-
Me espreguiço na cadeira amarela -
A
palidez dos meus olhos
A
curvatura dos meus lábios
A
inquietude dos meus pés
A
aventura das minhas mãos navegando com uma velha caneta
E
minha alma vai naufragando
Naufragando
Naufragando
Não
há terra a vista...
-
Adormeço na cadeira...-
-
Radyr
Gonçalves
Rotineiro
Escrever