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Ocorreu-me
que estava absurdamente louco
Poeticamente
chapado
Eram seis ou
sete naves
Corvos,
girassóis, araras, periquitos
A primavera
cruzava
E descruzava
as pernas
O urso que
hiberna
Veraneava
Ocorreu-me
que chovia
E eu estava
visivelmente bêbado
(Mas eu não
bebo, nunca bebi)
Mas eu
estava bêbado...
Eram doze ou
treze mulheres nuas
Sem teto,
cambaleantes, feridas?
Sangravam,
riam, dançavam
O mundo
girava em torno de uma girafa
Elefantes,
luzes, cruzes, crases, sentinelas
Um velho
ateu acendeu uma vela
Estava
crendo? Estava claro...
Era meio
dia...
Ocorreu-me
que estava no hospício, com uma camisa de força
Uma gravata
de força,
Um sapato de
força,
Uma bolsa de
força...
Ocorreu-me
que abri a porta... E tudo era assim, lá fora...
E agora?
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Radyr
Gonçalves
In A Poesia
Radyrniana
Natal, 02 de
outubro de 2015