- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
Uma nuvem cinza invade a tela
Nela, ela, suave como um poema
Carregada de dilemas e amores nas mãos
Eu toco o chão do passado
E sinto o mormaço de outras tardes
Eu ouço Gonzaga com sua voz de taquara rachada
Me fazendo chorar ainda
Ainda que o tempo se rasgue e a cortina se pui
Ainda que o traço se quebre e o quadro se enuble
Ainda que a terço falhe e o santo não valha
Acredito que era feliz em meio ao breu do passado
Enamorava-me pelos luares
E em todos os lugares
Deixávamos bilhetinhos cravados
No Pau-Brasil, no Carvalho, no jambeiro encantado
Na pedra preta de Areias Preta
Até no casco de um bicho empalhado
E aquela canção, infante, tão rustica
Me enche de lembranças duras:
‘’ Cai, cai tanajura que é tempo de gordura!”