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Cruzou o olhar pela vastidão do oceano
Deu pano para fotos, novelas, poemas, cinema
Encortinou as pernas na proa
E deixou o vento bailar na exatidão do seu tempo
Sua má-criação chamou atenção dos pescadores
Uma pequena mademoiselle de coxas arredondadas
De olhos verdíssimos, de pele dourada
Boca de sereia, seios de mormaço, olhos de mar
Sua beleza diabólica não caberia num romance vespertino
O seu abraço lírico seria uma armadilha pra um libertino
Sua má-reputação é uma arte
Suas caricias beiram o inferno
Sua luz desafia o sol
Sua beleza humilha a lua
Acalma os seios com um polegar
Tira as sandálias
A saia, a blusa
Arranca cada folha artificial
E nua
Se veste de mar
Sob os olhares alvoroçados da tribulação
Que assiste com o sol
A noite rebentar no cais
E a paz dos extasiados se faz
Um silencio gemido
Tão intimo
Que não tem como descrever.
-
Radyr Gonçalves
Copyright 2013
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