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Lágrimas
Matéria da minha saudade
Mar da minha dor
Cheiro de amêndoas
E sobras de mandrágoras
Na sala do meu passado
Ela deixava os vestidos em desalinho
E as sandálias fazendo caminho
Até a cama perfumada
Sempre as cinco as gaivotas cortavam o canal
O sol despejava seus últimos raios
E a maré ia se aquietando ao som da brisa
Uma rotina poética
O sino dobrando
As andorinhas voltando
O vento engolindo o tempo
E as carolas a rezar
Eu
Lá no alto do sobrado
Esperando ela chegar
Devorando doces maçãs
Me envenenando de vontades
Eu tinha uma lira viciada
Um corpo tecido em versos
Eu tinha motivos de vida
Fragrâncias de luz
Tinha um ninho, uma quimera de setembro
Destas quimeras que a gente prega na alma
E fere
E vira estigmas
Como estas aqui em minhas mãos.
-
Radyr Gonçalves
Copyright 2011
Todos os direitos reservados
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