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Tenho urgência em banhar-me
Na saliva, na tua língua ativa
Serpenteando no céu da minha boca
São dez pras três
Os pardais ainda labutam
E os ponteiros se espreguiçam
É essa hora que não passa!
E esse tempo que não vem!
Tenho ânsia das horas que virão
Encherei meus olhos nos teus olhos
E me alargarei nos vãos das tuas coxas
São dez pras três
A maré parece calma
A brisa parece mansa
Só eu nessa agonia
- Quanto falta pras seis, dona Inês?
- Falta muito seu poeta! Olha o relógio da matriz. Não sabe fazer as contas? Não é da minha conta... Mas por que tanta pressa?
- É que às seis padecerei de gozo, dona Inês! Mas ainda são dez pras três...
Tempo lento da molesta!
-
Radyr Gonçalves
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