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Sem vontade de ser poesia
Foi ser equilibrista
Em Paris
Torceu o nariz pra América
E se diz ser feliz
Mas como pode ser?
Ser feliz sem ser poesia
Vida sem rima
Sem fantasia
Sem as imagens nuas
Das noites descabidas
Sem o vinho dos cabarés
Sem o peito dos rapazes
Sem o lenho quente do gozo fresco
Sem o precipitar dos penhascos
- Ser equilibrista basta!
Gritou Adélia do alto da torre
Pra quê me fazer poesia, se na agonia do ser
Morre meu melhor verso:
Você.
-
Radyr Gonçalves
Copyright 2011
Todos os direitos reservados
Da coletânea Poesias para Edvania
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