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Adélia é a culpada do meu vício
Depois de Adélia
Não quero mais saber de carros, cavalos, paisagens
Adélia passou a ser meu prato
Meu paraíso, de fato
Adélia passou a ser meu inferno
Meu vulcão, meu dilema
Meu lema, meu brasão
Depois de Adélia, engordei
Deixei de ser vegetariano
Mudei minhas crenças
Meu estilo de vestir, de falar, de escrever
Eu fico olhando Adélia nua
E tenho orgasmos de imaginação
Ela exibe olhares, máscaras, pinturas
Exibe os seios numa taça de vinho
E me convida pra deitar
Adélia ainda me mata
Faz pose de gueixa
Faz drama, dança a dança da castidade
Se entrega pecadora
Ultrapassa a fronteira do desatino
E então se recolhe nos meus braços
Posando de anjo
Tão pura
Inocente
Que nem parece ser uma navalha.
-
Radyr Gonçalves
Copyright 2011
Todos os direitos reservados
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