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Me vi nas retinas alquebradas da noite
Só
Preso no hálito sombrio das sombras
Solidão tem gosto de lua
Meu paladar é só poeira
Uma ampulheta me acena o tempo parado
A noite não passa
A solidão não passa
O tempo não passa
Não passa passarinho
Eu me algemei nos versos repetitivos de um Teteu
E me assombrei com o vento de certas lembranças
Não tem fundamento uma noite sem lua
Nem solidão sem saudade
Me vi nos olhos da noite
Meio atordoado
Perdido
Embaraçado em pensamento
Plenamente só
Assombrado
Num cenário sem bocas
Sem casas caiadas
Sem ruas
Meio sem chão
Quase nos portais do inferno
Mas num é que em meio ao caos
E apesar de minhas retinas cansadas
Eu ainda consegui ver um passarinho.
-
Radyr Gonçalves
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Abraços!