COMISERAÇÃO NOTURNA - RADYR GONÇALVES

Hoje a tarde

Tarde pálida
Eu queria o vermelho das rosas das colinas
O beijo das meninas do brejo
Um canteiro, um rancho, uma rede de balanço
Um cavalo chamado Potranco

Tarde anêmica
Eu queria um filme de violetas e camélias
O seio aberto da mulher que amo
Um jardim, um pomar, um cantinho pra deitar
E ficar pensando poesias
Sobre tardinhas douradas e fadinhas aladas

Tarde inquieta
Eu queria a armadilha dos teus braços
A presa das tuas pernas
A pressa das tuas taras
Tua saliva, perfume, queria abrir tua colméia
E me deliciar no mel das tuas brenhas
E morrer doce
Nesta tarde amarga.

Radyr Gonçalves

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Comentários

Unknown disse…
Occasum

Johann é imortal. Mas a imortalidade carrega consigo muitas angústias. A maior delas, a falta de um amor que a acompanhe. Ele buscava, como criatura das trevas, uma companheira que pudesse transformar. Ele buscava um antídoto e havia conquistado alguma força compondo poesias, admiradas tanto pelos seus criados, Igor e Fredy, quanto por aqueles que o perseguiam. Seus buquês de palavras, como costumava chamar, era entregue àquelas que admirava. Mas havia uma única rosa em seu caminho, para a qual ele passaria a dedicar sua existência, que não era efêmera. Um vampiro buscando extinguir sua chama assassina através do amor de uma mulher. A poesia pode aplacar a angústia de uma criatura?

www.clubedosautores.com.br
Alma disse…
bonito...
vim te olhar um pouco hj