- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
Fevereiro
é um mês estridente
Tem
um pé no carnaval e outro na cova
A
minha angústia vence o sol de fevereiro
O
perfume da minha dor soa mais alto que as baterias na avenida
Fevereiro
é um mês inquieto
Velejadores
e sonhadores saem para pescar
Papéis
verdes, coisas de barro, pó, lances de suor
A
minha tristeza cintila com tanto brilho
Minhas
neuroses equilibram-se nos velhos trilhos
Vou
ouvindo Schumann ensaiando Chiarina
Burlando
trevas acendendo lamparinas
Procurando
a corda de suicidar versos lentos
Fevereiro
é um mês festivo, de pedrarias e corpos
De
nudez nos céus dos portos
De
samba surrando o chão
A
minha verve imatura é cheia de contemplações infantes
Para
minorar a estreiteza da minha alma
Pinta carnavais silenciosos
E
borboletas mágicas desfilando nos galpões dos meus olhos
Fevereiro
é um mês que não poupa nem a tristeza
Do
seu colorido de incertezas.
-
Radyr
e a Caneta Mágica
Natal,
07 de fevereiro de 2016