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Todo domingo
eu morro uma peça
Uma luz
opaca engolfa meu corpo
E começo a
perambular por um labirinto
Eu me perco
Há um cerco
Uma cerca
Meu verso
começa a empalidecer
Eu limpo os
pés no capacho
Lavo a alma
com parafina paranormal
E começo a
pleitear com os fantasmas
Eu falo de
política
Das
parafernálias quânticas
Das
revelações de Semyon Kirlian
Da fruta
parisiense
Eu morro
dominicalmente
Morro
enquanto escrevo
Morro
enquanto o frevo
Enfeita
Olinda
Morro
enquanto o mundo descamba
Morro
enquanto o samba
Samba na
cara dos céticos.
-
Radyr
Gonçalves, in A Poesia Radyrniana